domingo, junho 25, 2006

CAPITULO 1 - O DESPERTAR DE UMA LEMBRANÇA

CAPITULO 1 - O DESPERTAR DE UMA LEMBRANÇA

Finalmente a terrível guerra contra o deus do submundo, Hades, chegou ao fim. O mundo agora pode desfrutar de paz e esperança, pois os cavaleiros de Atena mais uma vez protegeram a terra, a qual sua deusa tanto se importa. Mas como em toda guerra, tudo tem seu preço. E o preço do fim dessa guerra se espelha na atual realidade.

SANTUARIO DE ATENA – JARDINS DO SANTUÁRIO

Uma leve brisa passa por um campo gramado, levando consigo pedaços de verde, que foram esmagados pelo trajeto de algum veiculo de rodas finas. Passando por elas, uma jovem anda vagarosamente pelos jardins, ela vem com um jarro d’água e um copo. Ela continua andando até chegar a uma cadeira de rodas. Não se pode ver quem esta sentado na mesma. Ela oferece água a ele, mas ele nem ao menos responde. Ela enche o copo d’água e o coloca em sua boca, ela está tendo dificuldade, em seguida ela diz:

SAORI: Vamos lá Seiya, você consegue...

Uma mão encosta-se a seu ombro e outra jovem fala com ele.

SEIKA: Vamos lá Seiya, esforce-se! Eu sei que você consegue!

Então, com as palavras de sua irmã, ele começa a engolir a água num movimento instintivo.

SEIKA: O que os médicos disseram da situação dele?
SAORI: Infelizmente, eles dizem que não conseguem descobrir a causa de seu mal, que tudo está bem, mas parece que Seiya perdeu a vontade de viver.
SEIKA: Isso é mentira! Seiya me procurou a vida toda, ele não iria desistir justo agora.
SAORI: Eu compreendo, e concordo plenamente, o Seiya nunca foi de desistir, mas...
SAORI: Sinto que o mal de Seiya não é algo físico, sinto como se a cosmo energia de Hades ainda estivesse ao seu redor. Isso foi depois de...

A imagem da espada de Hades atravessando o peito de Seiya é lembrada. Nesse momento, Seiya treme, Seika volta a segurar suas mãos.

SAORI: Não se preocupe, não descansarei enquanto Seiya não estiver melhor.

De repente ao fundo, três sombras estão se aproximando, as duas ficam receosas.
Mas quanto mais perto eles chegam, mais claro fica que são Shiryu, Hyoga e Shun.

HYOGA: Atena... Como estão as condições de Seiya?
SAORI: Nada boas, mas não podemos desistir de jeito algum.
SHUN: Então essa aí é a irmã de Seiya?
SAORI: Sim, ela mais do que ninguém está aflita com sua situação. Logo agora que eles se reencontraram, Seiya se encontra deste modo.
SHIRYU: Seiya, por favor, não desista!!!

EGITO – TEBAS, 2 ANOS ATRÁS

Os moradores de Tebas viviam tranqüilamente como sempre havia de ser, porém algo de estranho anda acontecendo recentemente: muitos moradores que residem ao redor da tumba de Amon-Rá, que fica dentro de uma pirâmide lá localizada, estão morrendo sem demonstrar nenhum sintoma. Algo de muito errado acontece nessa cidade. Porém, certo dia, algo mais estranho ainda está para acontecer.
O céu, perto da pirâmide de Amon-Rá onde se encontra sua tumba, começa a ficar escuro e nebuloso. Trovões caem do céu e todos com medo correm fugindo da gigantesca nuvem que cerca a tumba. Mas um deles, jovem, corajoso e curioso, se atreve a chegar perto. E ao se aproximar, avista a entrada da pirâmide de Amon-Rá, antes selada, se abrindo. Ele ainda muito curioso, apesar do medo, vagarosamente entra na pirâmide. Sem muito saber por onde andar, ele segue um dos caminhos, e no trajeto ele começa a ter fortes dores de cabeça. Meio perdido com a intensidade da dor, ele não sabe se vai para esquerda ou direita, porém, seguindo por certo caminho, a intensidade de sua dor de cabeça vai diminuindo, por causa disso então ele segue o caminho que parece ser destinado a ele.
No meio do trajeto ele vê vultos passando rapidamente por ele e seguindo muito rapidamente o mesmo caminho que ele está fazendo. O rapaz fica assustado, mas com um misto de dor e curiosidade que sente, ele continua seguindo o caminho. No fim do labirinto que parecia ser interminável ele encontra a tumba de Amon-Rá. O jovem fica espantado, pois nunca ninguém tinha certeza se o deus realmente estava lá ou se era apenas uma lenda, já que ele não deveria ter um corpo próprio. Mas, pelo que parece, realmente existe um corpo mumificado lá com um amuleto, o Escaravelho do coração. Ao lado de sua tumba podiam-se ver quatro vasos, com tampas em forma de homem, de chacal, de falcão e de babuíno. Neles estavam escritos em egípcio: Imset (Fígado), Duamutef (Estômago), Rebehsenuef (Intestino) e Hapi (Pulmões). O rapaz fica meio enjoado em saber que os órgãos do deus foram retirados e colocados nesses vasos para conservá-los. Mas o que mais o assusta são os espíritos que rondam o teto da sala. Eles permanecem girando no teto durante um tempo, mas depois se juntam e formam algo que parece uma nuvem de espíritos, formando um rosto. É o rosto de Amon-Rá que lhe dirige a palavra:

AMON-RÁ: Muóóóóó....... Você!!!

O Rapaz fica apavorado, o medo está estampado em seu rosto que fica molhado de suor.

AMON-RÁ: Você, a chave final para meu retorno, liberte sua alma desse corpo carnal que será tomado para a ressurreição de um grande deus! Assim, seus pecados serão perdoados e sua alma descansará eternamente nos campos de Iaru.
RAPAZ: Ma-Mas... Eu.. É...
AMON-RÁ: Como você ousa abdicar dos campos de Iaru por sua vida patética? Humanos, seres desprezíveis! Todos com esse pensamento devem todos morrer!!!!

O rosto de espíritos voa na direção do rapaz, que fica paralisado de medo suando, até explodir no chão logo onde ele estava. Depois da fumaça se desfazer, aparece o corpo do jovem levitando. Com uma energia imensa ao redor de seu corpo, ele vai flutuando com os braços abertos na altura da cintura, e Amon-Rá fala por ele:

AMON-RÁ: Agora sim o ciclo está completo! Uma grande de quantidade de AKH (força divina), provida dos espíritos dos mortos sacrificados em Tebas para minha ressurreição, e um pouco de KA (força vital), de um humano jovem como esse para rejuvenescer meu corpo e meus órgãos!

Algumas luzes vão piscando em seus órgãos e, em seguida, nos vasos correspondentes: Primeiro em seu fígado, e o vaso de homem se acende. Depois o seu estômago, e o vaso de chacal. Em seguida, o intestino, e o vaso de falcão se ilumina também. Por último, seus pulmões, e o vaso de babuíno segue os outros. Logo em seguida, seu corpo todo começa a brilhar e o amuleto de Escaravelho brilha junto. Quando o amuleto e os vasos começam a brilhar simultaneamente, destes saem bolas de energias que sobem e vão em direção ao amuleto. Ao entrar diretamente no cristal do Escaravelho, este começa a emanar uma energia que cria raios de luz até o teto, sobrepujando as luzes das tochas e iluminando todo o ambiente. O corpo do rapaz cai e o corpo da múmia começa a se energizar com toda a luz presente e vai retornando à forma humana vagarosamente. De longe, pode-se escutar um grito de dor contínua, e quando o corpo de Amon-Rá fica totalmente humano, ele se levanta nu:

AMON-RÁ: Finalmente eu acordei! Gregos, seu destino está selado!

Amon-Rá vai saindo, e vê-se a imagem dos pés descalços dele saindo da sala. Em um canto, encontra-se o corpo do rapaz, exatamente como o de Amon-rá estava: no estado lastimável de uma múmia, apenas sem as ataduras.

1 ANO E 8 MESES DEPOIS...

Um grande santuário egípcio é erguido e encontra-se quase pronto, e ao seu redor vários templos para outros deuses. Dentro deste santuário existem três entradas: uma para a câmara de Amon-Rá, a central, dedicada ao deus Osíris; uma para a Sala das Duas Verdades, onde são feitos os julgamentos daqueles que morreram para ver se eles devem ir para os campos de Iaru ou serem devorados por Amut. A entrada da direita pertencente à Hórus, seu filho. O templo do Baixo Egito, que representa todo reino dominado por ele. E a entrada da esquerda pertence à Seth, Irmão de Osíris e seu próprio assassino. Apesar de tudo o que ocorreu na antiga mitologia, todos os deuses devem respeito a Amon-Rá e não podem causar conflito no novo santuário dele. O templo de Seth é o do alto Egito. Na câmara de Amon-Rá, uma grande escadaria que chega a seu trono, possui duas esfinges atrás. Com tochas acesas por todos os lados, sacerdotes rezam o tempo todo e escravos o servem. Mais atrás, uma grande estátua de ouro do próprio Amon-Rá reluz. Em seu trono, ele está com um olhar satisfeito e pretensioso.

AMON-RÁ: Finalmente poderei ver meus planos fluírem, terei que começar a pô-los em pratica desde já...

Messénia – Grécia – Dias Atuais

Em Messénia, encontram-se os restos de um templo de Apolo, chamado templo de Apolo Epícuro, lá estão protegidas os pilares restantes do templo por gigantescas lonas que as protegem da erosão. Responsável pelo local está Agamedes, que é o Curador do local e está recepcionando diversos turistas que lá estão. Em outros corredores, estão alunos de escolas locais que vieram a passeio e seguem em fila, junto com suas professoras, que lhes mostram o local. Uma criança em especial se perde e começa a adentrar em locais não muito movimentados do templo. Ela escuta algum barulho atrás de uma muralha alta e larga e então vê uma leve luz vinda de uma fenda. A luz quase não dá para ser vista, pois o ambiente está muito claro, mas ele se aproxima e quando chega perto, Agamedes o segura pelo ombro!

GAROTO: Hwaaaa !!!!!!

Assustado, o garoto olha para Agamedes, que está com um sorriso plácido no rosto.

AGAMEDES: Está perdido de seu grupo?
GAROTO: Er... eu...
AGAMEDES: Não pode mexer em qualquer coisa aqui. Tudo que você vê aqui ao redor é de extrema importância para o mundo e, como sua professora falou, vocês devem apenas observar.
GAROTO: Eu.... Me- me desculpe! Búaaaa!
AGAMEDES: Calma, calma! Não precisa chorar!

Agamedes então o entrega para sua professora, ela se desculpa com ele e seu semblante continua o mesmo. Agamedes parece continuar lá no mesmo local por horas e horas, até que o local é fechado. Seu olhar ficou mais tenso desde que o menino se foi. E então, ele sai do transe quando o guarda diz que vai fechar as trancas das lonas.

GUARDA: Agamedes, já estou fechando.
AGAMEDES: Desculpe-me, estou tão distraído.
GUARDA: Imagino o quão cansativo o dia deve ter sido para você. Vamos, já está ficando tarde.
AGAMEDES: Não se preocupe comigo, ainda tenho que terminar uns relatórios sobre essas escrituras na muralha. Vá seguindo que eu mesmo fecharei tudo.
GUARDA: Está certo então. Só não se esforce muito, amanhã teremos mais turistas.

E então num tom seco quando o guarda vai embora Agamedes responde.

AGAMEDES: Como sempre!

Agamedes então segue até a muralha e então, conforme ele vai se aproximando dela ela vai se desfazendo e tomando outra forma, criando escadas para uma entrada subterrânea. Ele vai descendo até lá e então contempla diversos guerreiros treinando.

Grécia – Mansão Kido

Seika está do lado de fora da mansão, ela está abaixada segurando os joelhos e chorando, quando então ao seu lado chega Shun.

SHUN: Seika, você está chorando!
SEIKA: ...Snif...
SHUN: Tudo vai ficar bem, Saori vai conseguir fazer Seiya voltar ao normal. Eu tenho certeza!
SEIKA: Mas e se ele não voltar ao normal? Depois de tudo que passou para me encontrar, isso não é justo!
SHUN: Não fique desse jeito, a Saori não é uma pessoa comum, ela é a deusa Atena, com certeza ela conseguirá fazer Seiya voltar.
(SHUN): Apesar de que, não consigo sentir nada emanando de Seiya, nem mesmo seu cosmo por mais leve que seja. Ele parece mais como se fosse uma casca vazia prestes a desmoronar.

Shun visualiza a imagem de Seiya se quebrando, quando se assusta com outra presença. É Agamedes, trajando uma armadura grandiosa.

AGAMEDES: E ele vai desmoronar!

Seika fica com uma expressão aterrorizada.
Shun rapidamente se levanta e se coloca na frente de Seika.

SHUN: Quem é você?
AGAMEDES: Eu sou Agamedes, Sacerdote de Apolo!

Agamedes começa a queimar o cosmo.

(SHUN): Que cosmo é esse? É assustador! Ainda existem guerreiros poderosos assim??

Na sala onde Seiya está sendo analisado por um médico, estão aguardando Saori, Shiryu e Hyoga. Sentindo o poderoso cosmo, eles rapidamente saem para averiguar. Agamedes parece estar conversando com Shun. Seika está assustada e se protege atrás de Shun enquanto os dois conversam.
Logo atrás dos dois chegam Shiryu e Hyoga com suas urnas nas costas, e ficam prontos para o combate. Quando eles estão prestes a vestir suas armaduras, Shun os manda parar.

SHUN: Esperem!
HYOGA: O que?!
SHIRYU: Mas...
AGAMEDES: Exatamente.

Nesse exato momento todos os cosmos se dispersam.

SHUN: Ele ele disse... Que pode salvar o Seiya!

Os olhos de Seika brilham nesse momento, e então ela sai detrás de Shun.

SEIKA: Você pode mesmo salvá-lo?!

Ela vai seguindo na direção dele.

SHUN: Não Seika, não faça isso!!!

Seika ignora e continua andando em direção ao estranho.

SHUN: É perigoso!

Seika vai até ele e então beija sua mão...

SEIKA: O que poderíamos fazer para que você pudesse ajudar Seiya?
AGAMEDES: Apesar de você ser uma linda mulher, não é você quem pode fazer algo por Seiya e sim ela.

Agamedes aponta para o portão principal da mansão Kido, onde Saori está olhando para ele firmemente.

SHIRYU: Saori fique onde está!
HYOGA: Não devemos dar brechas acreditando nesse mentiroso!

Eles partem para o ataque e então seus cosmos são anulados. Eles ficam pasmos.

HYOGA: O que foi?!
SHIRYU: O que aconteceu?!

Saori vai andando até ele, atravessando no meio dos dois cavaleiros de bronze, até chegar a Agamedes.

SAORI: Então você é alguém mandado por Apolo, não?
SHUN: Saori, cuidado!
SAORI: Você diz ser capaz de curar Seiya. Então, me diga, como isso pode ser possível?

Agamedes, um pouco intimidado com a presença de Atena, tenta se desvencilhar-se da pergunta direta da deusa.

AGAMEDES: Não... Veja bem, não é assim... Não sou eu que posso curar Seiya, até porque, Seiya não está doente.
SEIKA: Não está doente?

Os olhos de Agamedes brilham.

AGAMEDES: Então não percebeu Atena? Não consegue ver o efeito da espada de Hades?
SAORI: A espada de Hades?
AGAMEDES: Pelo visto a última guerra consumiu muito de você. Vamos até Seiya lá explicarei melhor a você.
SAORI: Está bem.

Todos ficam pasmos com a atitude de Saori, mas ela parece estar convencida em fazer algo por Seiya.
Dentro da sala médica, os médicos ficam assustados com Agamedes e sua armadura. Saori os pede para que deixem o local, e eles assustados o fazem.

Agamedes chega perto de Seiya e então estica a mão em sua direção. Shiryu e os outros estão muito apreensivos, com medo de que ele faça algo contra o amigo. Ainda mais quando Seiya parece começar a sofrer com isso, colocando a mão aberta sobre peito. Quando antes, nem ao menos se mover ele conseguia.

SEIKA: Seiya!
AGAMEDES: Vejam bem aqui!

Shiryu está prestes a atacá-lo novamente e então, a espada de Hades aparece materializada em seu peito, bem de leve, quase transparente. Todos ficam pasmos.

AGAMADES: Isso é o rancor de Hades. Uma maldição que ele lançou em Seiya. Algo que ele sempre quis fazer desde as eras mitológicas.
SAORI: Desde as eras mitológicas?
AGAMEDES: Sim, há rumores que o cavaleiro de Pégasus sempre atrapalhou os planos de Hades. Desta vez ele arranjou algo para extirpar sua alma para todo o sempre!
SAORI: E como podemos fazer para salvá-lo?
AGAMEDES: Nós? Nada.
SHUN: Mas você não disse que....
AGAMEDES: Eu disse que poderia salvá-lo, mas não disse que sou eu que irei fazê-lo.
AGAMEDES: Maldições impostas por deuses são fardos impossíveis de serem tirados, é algo difícil até mesmo para outros deuses. Mas se tem alguém capaz de fazê-lo, é o único deus ligado a medicina humana.
TODOS: Apollo!
AGAMEDES: Isso mesmo. Se em três dias ele não for curado por Apolo, sua alma será extirpada de nossa realidade e ele nunca mais poderá reencarnar!!!

Seika novamente leva um baque, mas não só ela, todos ficam inseguros.

SHIRYU: Mas... Porque Apolo ajudaria Atena?
SAORI: É mais do que óbvio não?
SHUN: Não pode ser!
SAORI: Apollo quer a posse do Santuário!

Agamedes sorri levemente diante da constatação da deusa.

HYOGA: Mas... Isso é um absurdo!
SHIRYU: Não dê ouvido a ele, é insano!
AGAMEDES: É isso ou Seiya ficará assim para sempre!
HYOGA: Maldito!
SAORI: Esperem!
TODOS: Han?
SAORI: A escolha não é de vocês!

Todos ficam pasmos com Saori falando.

SAORI: Então quer dizer que existe a possibilidade real de salvarmos Seiya?
AGAMEDES: Sim.
SAORI: Será perigoso Seika, fique aqui e aguarde nossa volta.
TODOS: O que?!

Saori pega Seiya pelo ombro e tenta levantá-lo. Shun rapidamente vai até o outro lado e o segura ajudando-a.

SAORI: Nós voltaremos com Seiya são e salvo!
SEIKA: Obrigada!

Seika sorri novamente.

STAR HILL - SANTUARIO DE ATENA

Eles chegam ao topo de Star Hill, num precipício de uma das bordas, exatamente onde fica o local mais alto do cume. Shiryu agora está segurando Seiya com Hyoga.

SHIRYU: Então é aqui?
SAORI: Sim, teremos que tomar esse caminho para irmos todos juntos ao templo principal de Apolo, no Olimpo.
SHUN: Então... Então, quer dizer que nós...Vamos mesmo encontrar o Deus Apollo?
SHIRYU: O que está acontecendo, o chão... Parece estar sumindo!
SAORI: Não se afastem de mim! Ficando longe podem ser sugados para um espaço/tempo do qual nunca mais voltarão!

A armadura de Atena a envolve e então a veste.

ATENA ESTÁ TRAJANDO A MAJESTOSA ARMADURA DE ATENA!

HYOGA: O tempo e espaço estão sacudindo!

Todo local ao redor deles vai desaparecendo, criando um vácuo, que mais parece ser o balançar lento das águas de um rio, modificando o espaço para o que parece ser uma trilha. E então, uma imagem se forma diante deles.

SHUN: Saori, onde estamos?

Agamedes toma a frente sorrindo e diz:

AGAMEDES: A caminho do Templo de Apollo!

Eles vão seguindo aos poucos até chegar a um caminho onde existem 10 passagens diferentes. E então Agamedes os aguarda.

SHIRYU: Então aqui é o Olimpo, que é conhecido como a morada dos deuses na terra?
ATENA: Sim, é.

Shun então toma a frente e veste sua armadura. Agamedes o olha de rabo de olho.

SHUN: Não sabemos que perigos terão à frente, e eu ainda não confio nesse homem.
ATENA: Não se preocupe, ele nos levará até nosso objetivo.
SHUN: Mesmo assim eu... O que?!

Shun então percebe que sua armadura não é mais divina.

HYOGA: Veja a armadura do Shun!
SHUN: Ela...Voltou ao normal!
SHUN: Nos Elísios ela reviveu das cinzas e se tornou uma armadura divina com poder inigualável a partir de nossa armadura de bronze, graças a seu sangue, Atena!
SAORI: Shun, a armadura divina é a forma final de uma armadura, ela sempre aparecerá quando o cavaleiro que recebeu o sangue de um deus elevar seu cosmo ao infinito. Por assim dizer, sua forma é mais uma ilusão.
SAORI: Portanto, agora que ela terminou o seu dever, ela regressou a sua forma original.
SHUN: Entendo.

Shun sorri.

SHUN: Na verdade, é até mais agradável pra mim essa armadura na forma de bronze. Enfrentamos tantas batalhas juntos dessa forma, atravessamos os oceanos e o inferno apenas com essa armadura para me proteger.
ATENA: Sim, é verdade que vocês têm passado por inúmeras batalhas. Mas isso agora irá terminar!

Todos ficam intrigados com o comentário de Atena que continuam seguindo.
Agamedes continua parado entre os caminhos até que Atena se aproxime.

AGAMEDES: É uma viagem refrescante a sua memória?
ATENA: Sim, chegando aqui agora, me lembro perfeitamente.
AGAMEDES: Então faça as honras: Deusas primeiro.

E então Agamedes abre caminho para Atena escolher o caminho correto. Ela pega um dos 10 caminhos e segue. Shiryu e Hyoga estão altamente desconfiados dele.
Agamedes os acompanha, até que eles avistam um templo. É o grandioso templo de Apollo no Olimpo. Parece uma imensa cidade, onde o sol pode ser visto pondo-se atrás da mesma. Todos os seus ornamentos assemelham-se muito aos templos de Apollo na Grécia. Porém, todos estão em perfeito estado e muito adornado com flores. Logo na entrada, eles são abordados pela guarda de Apollo, que pede para todos se identificarem. Mas então Agamedes chega à frente e todos baixam suas guardas.

SOLDADO: Senhor Agamedes, o que faz aqui tão cedo?
AGAMEDES: Tenho assuntos particulares com Apollo, esses são meus convidados.
SOLDADO: Mas senhor Agamedes, são esses os guerreiros que o senhor iria trazer?
SHUN: Guerreiros?
AGAMEDES: Não soldado, isso não condiz com minha missão anterior. Eles ainda não estão prontos...
SOLDADO: Desculpe-me, meu senhor, mas minhas ordens são para não deixar ninguém entrar a não ser os....
AGAMEDES: Como ousa questionar minha autoridade?! Eles estão aqui a mando de Apollo!
SOLDADO: Mas não foi isso que nos foi...
AGAMEDES: Sem nem um “mas”!
AGAMEDES: Acompanhem-me, por favor.

Todos adentram achando a situação muito estranha.

SANTUARIO DE APOLLO – OLIMPO

Dentro do templo, tudo é muito lindo. Vastos campos floridos, ninfas passeando, moradores brincando, divertindo-se.

SHUN: Mas como é lindo aqui...
HYOGA: Assemelha-se muito ao Elísios.
SHIRYU: Sim, mas já notou que todos os soldados daqui nos olham com uma cara estranha?

Atena continua seguindo Agamedes, que fala com uma ninfa e então segue para o templo principal de Apollo. Ela então desce e vai até eles para os saudar.

AGATHÉ: Então você é Atena?
SAORI: Sim.
AGATHÉ: Agamedes disse que precisa resolver pendências com nosso deus. Em breve ele irá atendê-los. Você é tão bela como nas imagens, apesar de seu cabelo estar um pouco diferente.
SAORI: Imagens?
AGATHÉ: Sim, esse é o templo da arte, venha conhecer nossos artistas.

Agathé puxa Saori pelos braços mais parecendo uma criança, apesar do corpo de mulher. Saori fica sem saber o que fazer, e então Shun a acompanha.

TEMPLO DE APOLO

Agamedes aproxima-se do trono de Apolo, que é quase totalmente fechado, possuindo apenas uma abertura. Justamente acima do trono onde toda a luz do sol se propaga superiormente, deixando sua imagem ainda mais imponente. Seus cabelos vermelhos assemelham-se as chamas do sol. Ele está com um semblante aborrecido.

AGAMEDES: Senhor, tenho boas notícias.
APOLO: O exército está pronto?
AGAMEDES: Não senhor... eles...
APOLO: Então como podem ser boas notícias?

Agamedes sorri.

TEMPLO DOS MÚSICOS

Agathe está louca de encantamento, mostrando tudo à Saori, até que um guarda as interrompe.

GUARDA: O senhor Apolo a aguarda, Atena.
SAORI: Está certo.

Saori que estava até um pouco distraída com a alegria da ninfa, volta a ficar com um semblante sério que até quebra toda energia da jovem ao lado.
Eles seguem até o templo principal de Apolo. Agamedes está ao seu lado ajoelhado.

APOLO: Seja bem vinda, irmã!
SAORI: Apolo, meu irmão!

Todos os cavaleiros de bronze o encaram com rigor.

APOLO: Veja só que situação! Vejo que precisa de minha ajuda.

Saori se ajoelha no chão.

SHIRYU: Saori, não!
HYOGA: Atena!

SAORI: Peço a você veementemente que, por favor, anule a maldição que se encontra em Seiya!
APOLO: Que patético...
SAORI: O que?!

Apolo vai descendo de seu trono pelas escadas e falando com ela.

APOLO: Quer dizer que estará disposta a largar tudo apenas para salvar a vida de um mísero humano!?
SAORI: .....
APOLO: Quem é você que infecta o nome de minha irmã!

Apolo vai chegando cada vez mais perto de Saori, os cavaleiros estão prestes a reagir.

SAORI: Não façam nada!

Saori os impede de atacar. Shiryu e Hyoga já estavam prestes a largar Seiya. Apolo aproxima-se cada vez mais.

APOLO: Você tem noção do tamanho dos pecados que cometeu? Poseidon, Hades? E ainda tem a coragem de vir aqui e fazer esse pedido a mim?
SAORI: Pedido? Mas...
AGAMEDES: Senhor....

Apolo vira irado ainda olhando para Agamedes.

AGAMEDES: Esse será o pedido de perdão dela, esqueceu meu senhor?
APOLO: Então estará mesmo entregando a mim a terra apenas em troca da vida desse Humano?
SAORI: Não é apenas a vida de um Humano! Esse é o humano que esteve ao meu lado desde as primeiras guerras que travei! Ele esteve sempre me protegendo. E fez isso até o último suspiro de sua vida!
APOLO: Mas é apenas um humano!
SAORI: Não importa! Se ele dedicou inúmeras reencarnações para me proteger, chegou o momento de eu fazer isso de volta.
APOLO: É decepcionante! Quem diria que a grande deusa da terra entregaria seu presente divino por causa de um homem! Você não pode ser minha irmã!
SAORI: Eu sou Atena e aqui estou disposta a ceder meus domínios a você, então cumpra a sua parte, curando-o!

Shiryu e Hyoga vão trazendo Seiya, eles olham para Seiya, felizes com sua volta, mas ao mesmo tempo quase mortos por dentro, sabendo da decisão de Atena.

APOLO: Mas saiba que, nem mesmo somente meu cosmo, será suficiente para realizar essa proeza. O cosmo de Hades é muito poderoso! Eu precisarei de mais do que meu poder.

Nesse momento Saori estende seu báculo para Apollo e então o entrega para ele. Uma luz incandescente surge e a armadura de Atena vai se dissolvendo, sendo absorvida pelo báculo que está nas mãos de Apolo.

APOLO: Sim! Esse é o poder da guardiã da terra!

Então Seiya é sugado para o ar, ficando com o peito à mostra e com as pernas e braços para trás. Ele começa a sentir uma dor excruciante.

SEIYA: Gahhhhhh!
TODOS: Seiya!

Vários flashes de luz tomam o ar, criando ondas energéticas que giram em torno de Seiya, que continua flutuando na mesma posição. Essas ondas energéticas juntam-se no peito de Seiya criando a forma da espada de Hades.

APOLO: Então está aí!
SAORI: Seiya!

Saori está exaurida, parece que seus poderes estão sendo sugados através do Báculo.

APOLO: Urgh! É poderoso.... Não esperava menos vindo de Hades!

A espada começa a ser arrancada. Centímetro por centímetro. Cada pouco que ela sai do peito de Seiya ele se contorce de dor.
Antes apenas com o cosmo de Atena, agora ele começa a queimar seu cosmo para poder retirar a espada. Todo o santuário de Apollo começa a sentir.

SOLDADOS: O que está acontecendo? Vem do templo do nosso deus!

Muitos soldados rasos começam a se preparar para entrar até que aparece alguém barrando suas passagens.

SOLDADOS: Mas é...
SOLDADO 2: O Oráculo!!!

DE VOLTA NO TEMPLO

APOLO: Urgh!!! Maldição!!!!

Apolo começa a queimar tanto seu cosmo que o teto de seu templo, com o poder emanado, é totalmente desintegrado, fazendo assim com que a energia do Sol vá até ele. E, com muito esforço, de uma só vez, ele arranca a espada de Hades, que se desfaz no ar em cosmo...
Seiya cai no chão.

TODOS: Seiya !!!!

Shun corre e o pega no colo.

SHUN: Seiya! Seiya! Fale comigo!

Saori corre para cima dele e o segura pela mão.

SAORI: Vamos Seiya, reaja!

E então ela sente a mão de Seiya apertar a sua.

SAORI: Seiya!

Seiya vagarosamente abre seus olhos.

SEIYA: O-onde...Onde nós estamos?

Saori lacrimeja de alegria. Nesse momento, todos estão felizes pelo retorno do amigo. Mas são interrompidos por algo. É uma risada!

?????: Huahahahahahahahah, Mwahahahhaaa, Hahahahahaahahah!

Apolo muito cansado olha para trás. Agamedes está rindo alucinadamente.

APOLO: Agamedes?

??????: Huhuhuh, Agamedes? Há sim! É o nome de quem eu peguei emprestado essa forma! Já ia me esquecendo!

A imagem mostra o templo de Apolo. Epícuro, em Messênia. E na passagem para o subterrâneo, vários corpos mutilados e caídos ao chão. Uma mão se estende, é a mão de Agamedes, e então é pisada por um pé calçado por um chinelo dourado que destrói o punho da armadura inteira.

A cena volta para o templo principal do santuário de Apolo. Então esse ser, com a forma de Agamedes, estica sua mão e então é Apolo quem começa a sofrer.

APOLO: Agamedes, o que está fazendo? Que poder é esse que...

??????: Eu não sou Agamedes! Já disse!

Então seu corpo vai se transformando e tomando forma de AMON-RÁ, o deus sol egípcio.

AMON-RÁ: Eu sou Amon-Rá !!!!!

E então, muita luz se concentra no peito de Apollo, que nem ao menos esboça reação, pois está quase sem seus poderes. Em seguida, uma estrondosa explosão acontece.
Do lado de fora, o Oráculo se desespera e corre para os aposentos de seu Deus.

Após a fumaça se esvair, eis que surge a cena.

Atena está abaixada no chão sem forças, junto com Seiya e Shun que os protege. Um de cada lado está Shiryu e Hyoga. Logo à frente a fumaça do fundo começa a esvair-se e Apollo aparece caído. APOLO ESTÁ MORTO !!!!!

E nenhum sinal de Amon-rá.